A TAMPA DO POTE DE MARGARINA

Gente aí vai mais uma estória:
Ela está relacionada com minhas pescarias na Represa Capivari Cachoeira...grande novidade?
Bem, não sei exatamente a quantos anos atrás aconteceu...mais aconteceu.
Naquela oportunidade, tendo passado a temporada da pesca da tilápia, época de inverno, a opção era e ainda é, pescar lambarís.
Ora, aqui em Curitiba, no inverno, geralmente as manhãs tem muita neblina, então ir á represa pela BR 116, sentido São Paulo, existem vários trechos que quase não se enxerga nada e por segurança é claro, é preferível ir e chegar mais tarde ao local, lá pelas 10horas da matina.
O problema é que os lambarís só estão mais ativos após o almoço e os maiores, costumam sair depois das 16,00 horas, hora de voltar para não pegar tráfico pesado na entrada para a Capital.
Foi naquela ocasião, pelo motivo acima, resolvi ficar passando a noite lá no Recanto do Sabiá, para aproveitar e capturar os maiores no restante da tarde e tambem á noite, que continuavam a sair, inclusive, o macete era regular a peninha em mais ou menos 1 metro de profundidade, usar na mesma um starlite e como iscas, bichinho do pão inteiro, era um atrás do outro, aqueles de encher a mão.
Para facilitar a retirada dos mesmos do anzól e colocar novas iscas, mantive aceso o refletor á gas, cujo calor, tambem servia para esquentar as pernas.
O tempo foi passando e naturalmente foi esfriando, mesmo vestindo umas treis calças de moleton, camisa de manga comprida, blusa de lã, jaqueta grossa forrada, incluindo o capuz e mais uma touca de lã colocada na cabeça, cobrindo as orelhas.
E eu continuava na batalha, até que de repente, a coisa parou?
Aguardei, mais como a água da represa estava bem limpa, comecei a notar o movimento de algo, numa profundidade acima de 1 metro, parecido com uma tampa redonda de pote de margarina, aqueles de 500gramas.
Ela vinha subindo lentamente, imaginei que alguem que usou um pote de margarina para acondicionar o sagú, a tivesse jogodo na água e que alevinos, pudessem estar comendo a sobra de fubá ou algo assim.
E ela continuava a subir e quando chegou a uns 50cm, deu para perceber que era a boca aberta de um peixe, que logo fechou a boca e desapareceu.
Dalí a pouco tudo se repetiu, então, peguei meu passaguá, introduzi lentamente na água e a medida que subia, fui chegando perto, ocorre que o peixe notou e sumiu novamente.
Continuei tentando os lambarís, mais as ações pararam completamente, mesmo jogando a linha em locais diferentes.
De repente, aquilo de novo, só que desta vêz, aumentei um pouco a luminosidade do refletor e fiquei imóvel, só observando.
Quando o peixe chegou, acho que uns 30cm de profundidade, deve ter notado minha presença, então mergulhou e deu para ver o seu "enorme dorso".
Sinceramente, até hoje não sei que peixe era, penso ser, um enorme bagre africano, pois em outra ocasião, não só eu, mais outros, vimos um cardume de uns dez, na flôr da água, numa tarde.
Por outro lado, um amigo pescador, tambem me contou uma estória parecida, só que anos mais tarde.
Da minha estória propriamente dita, por inocência, acabei narrando a mesma, uns dias depois, á um concunhado meu, prá que?
Até hoje ele tira "sarro" de minha cara, dizendo quando vou ao Capivari:
Cuidado com a tampa do pote de margarina.
Esta foi mais uma, tem outras, fica para a próxima.
Marcão.

Mas que bocão heim!



Ótima história,muito boa mesmo!

show de bola!!!